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Quem tem medo de gramática?

Quando começamos a estudar um idioma, buscamos basicamente ganhar vocabulário e aprender as regras gramaticais, para conseguir formas as primeiras frases. 

No início, as regras são muito simples, mas depois começam a aparecer as tão temidas exceções e o que era fácil se torna difícil.

Talvez seja este o motivo que leve muitos estudantes a temer a gramática, pelas dificuldades que ela nos traz. Mas de que gramática estamos falando? Você pode estar se perguntando: existem outros tipos de gramática? 

É sobre isso que vou escrever neste artigo. Continue acompanhando para entender um pouco mais sobre os tipos de gramática e sobre como um desses tipos pode nos ajudar a falar melhor uma nova língua.

A primeira atitude a tomar é desassociar o medo da gramática e compreender que ela não está relacionada apenas à escrita. É possível aproveitar as suas regras para melhorar nossa oralidade, sem parecer pedante e sem precisar utilizar colocações pronominais como a mesóclise.

1. Os tipos de gramática

Antes de continuarmos, vamos ver os três tipos básicos de gramática. Os dois mais conhecidos são a normativa e a descritiva. A normativa é aquela que já conhecemos muito bem da escola, que tenta nos mostrar como devemos falar, isto é, ditar normas sobre a nossa expressão. 

É óbvio que há muitas críticas sobre esta tentativa frustrada de dominar o idioma, mas é importante deixar claro que esse tipo de gramática teve um papel fundamental no estudo de idiomas. Provavelmente, algumas línguas talvez nem tivessem se desenvolvido sem este tipo de trabalho. É preciso um padrão para que todos os falantes possam se entender, caso contrário, cada um falaria a seu modo.

“Mas não é isso que acontece? Cada um fala à sua maneira, não é verdade?” Sim, você tem razão. As variações linguísticas são inúmeras, ainda mais em um país enorme como o Brasil. Apesar disso, um brasileiro do Sul pode entender bem o outro do Norte, porque eles estão falando o mesmo idioma. 

Foi pensando nessas variações e nessas peculiaridades que surgiu uma gramática diferente, que não busca estabelecer norma alguma. Esta gramática observa a língua como ela é a descreve. Nada mais do que isso. Daí o nome descritiva. Interessante, não é?

Há, ainda, um terceiro tipo de gramática. E é esta que eu desejo explorar neste artigo: a gramática internalizada. Ela possui vários nomes, mas acredito que este último caiu muito bem, pois é exatamente disso que se trata. 

Cada falante do idioma possui uma gramática internalizada, que vai aprendendo em seu dia a dia, com sua família, com sua comunidade. Não é preciso ir à escola e nem muito menos abrir uma gramática, seja ela normativa ou descritiva.

Uma criança, quando começa a aprender a falar, ainda não foi à escola e ainda não sabe ler. Mesmo assim, constrói frases simples, baseadas nos exemplos que ouviu e nas suas experiências de tentativa e erro.

Os erros são naturais. Quando ela percebe que não está sendo entendida, muda a ordem das palavras, muda a palavra, fica muda, mas se comunica. É nesse jogo que vai se formando uma gramática interna, com regras flexíveis e mutáveis.

Falando de forma mais abrangente, se cada falante possui uma gramática internalizada, podemos supor que exista uma gramática internalizada para cada idioma, um conjunto de frases que nos demonstrem a sua estrutura e as suas características.

Vamos ver como ela pode nos ser útil?

2. A utilidade

Estou escrevendo e você está lendo, mas tenha em mente que, a partir de agora, não estou falando de escrita, mas de fala. Exatamente, a gramática – não aquela que pedia para você determinar a classificação de uma oração subordinada na escola – pode servir para desenvolver a nossa expressão oral!

Como já disse anteriormente, a gramática internalizada revela muito da estrutura da língua. E, a partir de uma única estrutura, é possível formar diversas novas frases. Vou mostrar a importância da gramática a partir de uma expressão bem básica: Eu gosto de chocolate. 

Eu sei, esta é uma expressão simples, mas ela envolve alguns conceitos gramaticais importantes. No entanto, não vou me alongar nos conceitos. Vou apenas explicitar a estrutura da frase e, aproveitar o momento, para mostrar como a mesma frase funciona em outros seis idiomas.

3. O exemplo

[PT] Eu gosto de chocolate.

Fácil, não é? Mas, imagine: como explicar esse “de” a um estrangeiro? É um conceito chamado regência verbal. Rei de quê? Mesmo dominando esta regra, ainda não seríamos capazes de explicar a necessidade desse elemento estranho a tantas línguas e tão comum para os falantes do português.

[EN] I like chocolate.

Em inglês, a frase é mais direta, não necessita de “de” algum. Essa é uma dificuldade para quem está aprendendo inglês agora. Sem compreender que a gramática do inglês é diferente do português, isto é, sem entender que as estruturas são diferentes, muitos iniciantes buscam traduzir a preposição e acabam dizendo erroneamente “I like of chocolate”.

[DE] Ich mag Schokolade.

O alemão segue a mesma estrutura do inglês, bem direto, sem nenhum elemento atrapalhando a harmonia da frase. São os três elementos essenciais e pronto.

[FR] J’aime le chocolat. 

Esta frase também parece ser direta, mas o francês não podia simplificar tanto assim, não é? Em vez de usar o “de”, eu uso o “le”. Quem estuda francês como segunda língua tende a colocar o “de” na frente do “aime”, por influência do português; e quem já estudou inglês antes tenta omitir o “le”. Mas é preciso entender que a estrutura do francês é diferente dos outros dois idiomas e exige esse artigo “le”.

[IT] Mi piace il cioccolato.

Estava indo tudo bem demais… No italiano, o verbo piacere tem uma utilização um tanto especial. Há várias possibilidades, mas ficaremos apenas com esta aqui, a estrutura mais comum. Lembra do artigo “le” do francês? O italiano também usa (il). Além disso, conjuga o verbo de uma forma um tanto diferente dos outros exemplos que vimos. 

Um aluno, certa vez, interrompeu minha aula e disse: “Professor, não é tão diferente do português! Podemos dizer, sem problemas, ‘O chocolate me praz’ ”. Eu respondi, perguntando à turma: “Alguém entendeu?” Silêncio… “É… parece que não é tão igual assim.” E continuamos a aula…

[ES] Me gusta el chocolate.

O espanhol possui uma estrutura bem similar a do italiano. Essas coincidências facilitam muito a aprendizagem de um novo idioma. Quando a estrutura é semelhante, basta adquirir o vocabulário necessário para fazer a mesma frase. E, assim como no italiano, quando desejo colocar o “chocolate” no plural, devo mudar também o verbo: “Me gustán los chocolates.”

[JP] Watashi wa chokoreto ga suki desu.

E agora chegamos em um campo em que não há coincidências. O japonês é um idioma que se estrutura basicamente através de partículas, que marcam as funções dos elementos da frase. 

Quando  eu digo que gosto de algo, devo usar o “ga”; e, para marcar quem gosta, uso o “wa”. Difícil perceber, mas o “gostar” está no final da frase “suki desu”. Na verdade, ele nem é exatamente o nosso “gostar”, seria algo como “é gostável”. Estranho, não é? Mas é assim que o japonês se estrutura.

4. Conclusão

Para fechar o artigo com uma definição de gramática, diria que ela é o conjunto de estruturas que cada língua possui e que permite a formação de um padrão para que todos os seus falantes possam se compreender, apesar das variações existentes.

Cada língua possui uma forma diferente de expressar uma mesma ideia e compreendê-las é essencial para todos os estudantes de idiomas. Não se deve questionar o porquê de determinada forma, mas apenas aceitá-la e utilizá-la.

As variações que fizemos com a frase “Eu gosto de chocolate” demonstra bem essas diferenças e semelhanças entre os idiomas. Pensando dessa forma para outras frases e aplicando essa mesma ideia para outros idiomas, é possível formar um bom repertório de estruturas e melhorar bastante a oralidade.

Se você deseja conhecer melhor a gramática do francês, do inglês, do espanhol e do alemão, acesse o nosso site e conheça os nossos cursos.
5 formas de estudar idiomas todos os dias

5 dicas para estudar um idioma todos os dias

Não estou dizendo que você deveria abrir um livro e estudar três ou quatro horas por dia, acredito que isso não seja possível para todos. O que quero deixar claro é a importância do contato diário, da prática diária. Você pode estudar, por exemplo, ouvindo uma música ou assistindo a um anime (link do artigo), fazendo algo que te interessa naquele idioma. Em meus estudos de alemão, tento ler ao menos uma frase por dia, para manter um contato mínimo com a língua, mesmo quando não tenho tempo para abrir um livro.

E foi assim que aprendi o francês. Ingressei no curso de Letras – Francês conhecendo muito pouco do idioma – o suficiente para passar no vestibular – e fui assimilando a língua aos poucos. Sempre gostei de poesia, de literatura e de versões de músicas brasileiras em outras línguas. Parti desse meu interesse para atingir o domínio da língua. Claro, não foi apenas ouvir a música ou ler o poema, mas a curiosidade que eles me instigavam: via uma estrutura diferente e ia pesquisar na internet como utilizá-la, lia uma palavra nova e buscava seu significado, estudava gramática e aumentava o vocabulário sem perceber.

Já que nem todo mundo tem os mesmos interesses, resolvi escrever sobre 6 formas de se estudar diariamente, de manter esse contato diário com o seu objeto de estudo. Pouco importa qual seja o idioma, você vai perceber que essas dicas funcionam para quase todos eles:

  1. Alterando o idioma dos dispositivos
  2. Estudando uma música
  3. Ouvindo um podcast
  4. Lendo um poema
  5. Acessando o site tatoeba

Vamos começar?

1. Alterando o idioma dos dispositivos

Que tal mudar o idioma dos dispositivos que você mais usa? É uma forma de manter um contato constante com a língua estudada.

Essa dica é clássica. Pense em algo que você use bastante. Pensou? Se você vive conectado como eu, com certeza foi algo relacionado ao computador ou ao celular. E que tal mudar o idioma dos dispositivos que você mais usa? Tente alterar o idioma do seu Instagram, por exemplo. Admita, você usa bastante essa rede social e não há vergonha nisso. Então, aproveite para estudar um pouco e aumentar o seu vocabulário.

Para aproveitar melhor as redes sociais para praticar um novo idioma, que tal seguir perfis de outros países? Dessa forma, você se diverte com o conteúdo e ainda tem a oportunidade de ouvir ao menos uma língua estrangeira todos os dias. Ontem, por exemplo, me dei conta que, por acaso, tinha consumido conteúdo em inglês, francês, italiano e alemão.

Outro dispositivo que você pode alterar é um software: durante a instalação, alguns perguntam em que idioma você deseja instalar o programa; é só selecionar o idioma que você está estudando e pronto. No entanto, às vezes é preciso baixar o software de um domínio diferente, .fr, .it, ou .jp, por exemplo.

2. Estudando uma música

Há várias formas de se estudar uma música, a mais utilizada é a tradução. Ouvimos uma música da qual gostamos, buscamos a letra e traduzimos. É uma das formas de se adquirir mais vocabulário e expressões, mas não se pode parar por aí. A curiosidade precisa ser maior. Ontem, estava estudando a música “And I love her” (clique para ver a letra) com um aluno. Ele quis saber a tradução e traduzimos a música inteira juntos, fazendo suposições e dando um sentido à letra, tentando compreender a narrativa por trás. Depois dessa primeira fase, exploramos os aspectos gramaticais da música:

Simple present – I give, he gives, she brings
Future – My love will never die
Object pronoun – I love you, I love her
Possessive pronouns – love of mine, a love like ours

E poderia prosseguir abordando outros tópicos, como a formação de advérbios a partir das palavras tenderly e o que fosse surgindo, até explorá-la por completo. É claro que seria massante demais para o aluno e acabei parando por aí. Mas você pode estar se perguntando: mas ainda não domino o idioma que estou estudando e ainda não consigo identificar todos os tópicos gramaticais.

Boa notícia: não é preciso. Você vai selecionar e estudar aqueles que você perceber espontaneamente, aqueles que atiçarem sua curiosidade, o importante é não parar apenas no vocabulário.

Outra forma de estudar um idioma com música é a partir de uma versão de uma música brasileira. Pode ser um trabalho interessante porque você já conhece o ritmo, já sabe do que trata a música e está familiarizado com o vocabulário utilizado.

Uma versão pode ser mais aproximada da canção original ou mais distanciada e é uma das primeiras coisas que buscamos perceber (logo após curtir a música, né? 😉 ). É interessante tentar entender as diferenças entre uma e outra e enxergar as soluções que o tradutor encontrou para expressar aquela ideia, logo aquela que chamou a sua atenção para música.

Eu adoro o Chico Buarque e não me canso de ouvir suas músicas. É tanto que também busco versões em outros idiomas: italiano, francês, inglês, húngaro… rs. Uma das músicas das quais mais gosto é Samba e amor. Minha estrofe favorita é:

No colo da bem-vinda companheira / No corpo do bendito violão / Eu faço samba e amor a noite inteira / Não tenho a quem prestar satisfação. 

Quando vi que era uma versão, fiquei pensando… Como ele manteve essa rima? E eis que ele teve que mudar um pouco a letra para manter a rima em italiano:

In braccio alla compagna di una sera / E con la mia chitarra accanto a me / Io faccio samba e amor la notte intera / Perché dovrei pentirmene, perché?

Percebeu? Então, são esses elementos que vamos buscar na música. Você não precisa ir tão longe se não entender de rimas e etc, basta comparar as duas versões e ver como elas foram traduzidas. É uma experiência extremamente rica, que vai aumentar seu vocabulário e, de quebra, sua sensibilidade. Fique agora com a música Samba e amore, na voz de uma cantora de jazz italiana, Susanna Stivali:

Ouvir música também é um grande prazer. Aproveite os momentos de ócio para ouvir músicas no idioma que está estudando, ouça sem compromisso, apenas para se acostumar aos sons da nova língua. Baixe músicas no seu ritmo favorito e curta-as, simplesmente! Eu mesmo tenho uma boa seleção de músicas estrangeiras no spotify. Sempre que estou sem fazer nada, busco relaxar ouvindo minha seleção.

3. Ouvindo um podcast

Não sei você, mas eu vivo com fones de ouvido por aí: na academia, no supermercado, no trabalho… Quando estou trabalhando, gosto geralmente de ouvir alguma música que me inspire. Mas, quando estou na academia ou no supermercado, por exemplo, meu ritual é curtir um podcast. Assim como faço com os perfis do Instagram, ouço podcasts em vários idiomas.

Sabem, percebo que nossos gostos e habilidades com idiomas podem variar bastante. Por isso, estou aqui para compartilhar algumas sugestões de podcasts que são tanto educativos quanto envolventes, perfeitos para quem quer mergulhar em um novo idioma, seja no nível básico ou avançado:

a. Inglês – ESL Podcast
b. Francês – RFI Français facile
c. Espanhol – Hoy hablamos
d. Alemão – Slow German
e. Italiano – News in slow Italian

4. Lendo um poema

O poema geralmente é um texto curto, com ritmo, rimas, jogo de palavras, podendo ser facilmente memorizado.

“Que loucura é essa? Eu nem gosto de poesia.” Entendo… Realmente, não é todo mundo que gosta, mas há várias razões para se estudar um poema e esse já foi tema, inclusive, de uma palestra minha: o poema é um texto curto, com ritmo, rimas, jogo de palavras e que pode ser facilmente memorizado.

Quando estudava francês, me dedicava muito a estudar poemas e, algumas vezes, memorizava-os. A memorização é uma técnica um tanto desprezada, hoje em dia. E é realmente uma pena, porque todo o nosso conhecimento passa primeiramente pela memória. Aliás, essas palavras que estou escrevendo aqui estão todas em minha memória. E é para lá que vão as novas palavras que você está aprendendo agora.

Um dos meus poemas preferidos em francês é de Rimbaud. O poema se chama Sensation e devo dizer que foi ele que me despertou para o futuro simples em francês. Quem já estuda este idioma, sabe que é um tempo até tranquilo de se aprender, mas que é necessário um pouco de prática. A memorização deste poema me fez fixar este tempo verbal.

Tenho um amigo que dizia que os poemas são como amuletos, para você carregar com você e, de certa forma, acredito nisso. E esses amuletos podem ajudar você a aprender ainda mais. Espere o próximo artigo para entender como.

5. Acessando o site tatoeba

O tatoeba é um site multilíngue. Mais do que isso: é um dicionário de frases! Você pode selecionar o idioma de origem e o idioma alvo, apenas o idioma de origem ou apenas o idioma alvo. Por exemplo, quero ler frases em inglês, mas pouco me importa o idioma da tradução, deixo o campo do idioma alvo livre, digito a palavra “now” (um exemplo) e clico na lupa. Pronto, as frases vão aparecer, todas contendo a palavra “now” e nos mais diversos idiomas. Algumas frases indicam que possuem som. Elas são ideais para quem deseja praticar a pronúncia.

Além dessa busca, há um recurso do qual gosto muito: a sentença aleatória. Às vezes, fico brincando só nessa seção, lendo as frases dos idiomas que conheço, dos idiomas que estou estudando e imaginando a pronúncia das mesmas frases em húngaro, tcheco, polonês, finlandês, etc. É bem divertido.

Resumindo, é possível ter um contato diário com o idioma de várias formas: por meio de músicas, séries, poemas, sites multilíngues e podcasts. Qual é a sua forma favorita de estudos?

Quer aprender um novo idioma e não sabe por onde começar? O que acha de estudar com a gente? Ensinamos francês, inglês, espanhol e alemão.

Como funciona o Módulo 3 do Curso de Francês para o Concurso de Diplomata

Introdução

Bem-vindo ao Estudo Idiomas! Eu sou Igor Barca, professor de francês e diretor desta escola online. Hoje, vou mostrar como funciona o nosso módulo três do curso de francês para o concurso de diplomata.

Nos vídeos anteriores, já falamos sobre o módulo um, que é uma introdução à língua francesa, onde você estudará vocabulário e gramática. Também vimos o módulo dois, que inclui exercícios de escrita e leitura, além de aprofundamento na gramática. Agora, vamos ver como funciona o nosso terceiro módulo.

Um Módulo Diferente

O terceiro módulo tem uma abordagem diferente. Não focaremos tanto na gramática, mas sim na resolução de simulados. Aqui, vamos explorar como funciona o módulo 3 do curso de francês para o concurso de diplomata.

Introdução ao Módulo 3

Antes de começar, é importante ler as instruções de introdução do módulo. Este módulo é considerado o mais desafiador do curso, pois é onde começaremos a escrever em um nível avançado. É recomendado que você faça uma pausa entre o módulo dois e o módulo três e comece a fazer as fichas que disponibilizamos. Essas fichas foram criadas com o objetivo de introduzir o aluno às provas de francês em um nível um pouco mais fácil. Elas já estão inclusas no módulo três para que o início do módulo não seja tão traumático.

Fichas de Autocorreção

As fichas de autocorreção são compostas por textos sobre imigração na França, seguidos por questões de compreensão escrita, questões de vocabulário, versão e resumo. Ao final das seis fichas, você encontrará os modelos com as respostas dos exercícios, versão e resumo. Caso tenha dúvidas, você pode enviar mensagens para mim diretamente no WhatsApp ou por e-mail, ou pode utilizar nosso tutor virtual Oto para esclarecer suas dúvidas a qualquer hora do dia ou da noite.

Apostila Completa

A apostila é extremamente completa, com 210 páginas, contendo todo o conteúdo dos slides do curso. Além disso, ela aborda o nosso foco principal no módulo três, que é a escrita em alto nível. Após baixar a apostila, você poderá iniciar as lições do módulo três.

Módulo Três – Lições e Exercícios

No módulo três, você encontrará 12 lições, cada uma com seu respectivo vídeo e materiais complementares. Adicionamos mais exercícios de gramática nos materiais complementares, atendendo a pedidos dos alunos.

Funcionamento das Lições

Ao iniciar cada lição, assista ao vídeo correspondente e utilize a área de anotações para fazer suas anotações pessoais. Em seguida, você terá acesso a mais exercícios sobre o tópico da lição, como a voz passiva e concordância nominal. Após concluir as atividades, você poderá enviar o seu exercício para correção.

Avaliação e Correção

Em cada lição ímpar, você deverá anexar o arquivo com o exercício para que possamos realizar a correção. Nas lições pares, a correção será realizada por inteligência artificial. Com essa abordagem, oferecemos uma correção mais completa, incluindo a revisão do professor.

Conclusão

O módulo três é considerado um dos mais difíceis do curso, mas também é um dos mais completos. Com ele, você estará pronto para fazer a prova de francês com confiança. Espero que este vídeo tenha esclarecido suas dúvidas e que você se sinta mais seguro em se inscrever no nosso curso. Estamos prontos para iniciar essa trajetória rumo à aprovação!

Quer conhecer mais do curso e fazer a sua inscrição? É só clicar no botão abaixo:

Nova plataforma de Simulados para o CACD

Vamos aprender a usar a plataforma?

Primeiro de tudo, precisamos falar sobre o objetivo do SimulEI. O objetivo é manter um registro dos simulados que você fez de francês e espanhol para o CACD.

Você vai preencher informações básicas sobre cada um dos exercícios e listar todos os seus erros. Em seguida, terá acesso a um relatório completo, com estatísticas variadas, notas e dicas para melhorar a sua escrita.

Estamos em versão beta, o que significa que estamos testando funcionalidades e anotando todas as sugestões que recebemos. Ainda não temos uma versão mobile. Estamos tentando deixar tudo redondinho por aqui, antes de investir mais tempo na elaboração da versão para celular. Não hesite em nos contatar pelo e-mail: info@estudeidiomas.com.

Neste artigo, vamos explorar um pouco das possibilidades da plataforma, aproveitando para criar um guia de uso.

Página inicial

Na página inicial, você encontrará o registro dos seus simulados consolidados, ou seja, com as notas finais. São eles que aparecerão nas listas e nos gráficos desta página:

Acompanhe a sua evolução nos estudos dos idiomas

Simulados

Nesta página, você encontrará a lista dos simulados dos dois idiomas, estejam eles consolidados ou não. Você poderá sempre visualizá-los e, caso deseje, consolidar os resultados na página do relatório.
O botão “Novo simulado”, como o próprio nome diz, permite que você acrescente simulados à sua lista em apenas 5 passos simples.

Veja os simulados cadastrados e acrescente novos
Em 5 passos simples, acrescente um novo simulado
Registre os erros cometidos

Relatório

No relatório, você terá acesso a todas as informações do seu simulado, incluindo número de erros e notas atribuídas de forma automática, baseadas nos erros cometidos e no nível de dificuldade que você escolher para cada um dos exercícios.

Enquanto o resultado não estiver consolidado, você poderá editar as informações dos simulados, acrescentando e retirando os erros que achar necessário. Quando tudo estiver OK, bastar clicar em “Salvar resultado”. A tela ficará assim:

Para ver as dicas de escrita, basta clicar no botão “Analisar os meus erros”, como mostrado abaixo:

Creio que já falamos sobre os pontos mais importantes. O resto você vai descobrir quando se inscrever na plataforma! Muito obrigado!

Como fazer simulados de idiomas para o CACD

Introdução

Seja muito bem-vindo(a) ao estudo de idiomas! Eu sou Igor Barca, professor de francês e diretor do Estudo Idiomas. Hoje, gostaria de compartilhar com vocês a resposta a duas perguntas que estão aparecendo com frequência entre alunos e professores:

1. Qual é o momento ideal para começar a fazer simulados para o concurso de diplomata? 

2. Como posso aproveitar melhor os meus simulados?

Momento Ideal para Começar a Fazer Simulados

Vamos começar respondendo à primeira pergunta. Qual é o momento ideal para começar a praticar simulados? Na minha opinião, o momento ideal é quando você já se sente seguro com a escrita dos três idiomas. Por exemplo, se você já se sente confiante na escrita do francês, já morou na França, fez universidade no país e escreve bem em francês há muitos anos, então esse é o momento ideal para começar a fazer simulados. O mesmo se aplica ao inglês e ao espanhol. Ter um bom domínio da escrita é essencial antes de iniciar os simulados.

Se você começar a fazer simulados antes de estar seguro com a escrita, você pode ter mais dificuldades e demorar mais para evoluir. Nesse caso, minha sugestão é que você dedique um tempo extra para estudar gramática e fazer mais exercícios de escrita, a fim de obter um excelente resultado na prova. É fundamental construir uma base sólida antes de começar a fazer simulados, pois muitas pessoas cometem erros bobos por falta de conhecimento do idioma.

Se você não tem certeza do seu nível de proficiência, entre em contato conosco via WhatsApp e solicite uma avaliação. Nossos professores poderão avaliar a qualidade da sua escrita por meio de um pequeno texto que você enviará. Assim, podemos oferecer uma orientação adequada, seja recomendando aulas em um determinado nível ou sugerindo que você aguarde um pouco mais antes de começar os simulados.

Como Aproveitar Melhor os Simulados

Agora vamos abordar a segunda pergunta: como aproveitar melhor os simulados para diminuir o número de erros? A resposta é simples: faça uma lista de erros a cada simulado que você fizer. Classifique cada erro, anotando se é relacionado à concordância, acentuação, ortografia ou qualquer outro assunto gramatical. Idealmente, recomendaria que você criasse flashcards com cada um dos erros para se familiarizar com a forma correta. No entanto, se isso não for possível, apenas fazer a lista de erros já será de grande ajuda para o seu desenvolvimento.

Quando você recebe um simulado corrigido por um professor, é importante estudar os erros cometidos. Se você não dedicar tempo para entender e corrigir esses erros, é provável que continue cometendo-os no próximo simulado. Portanto, é essencial estudar os erros, fazer a lista e buscar o conhecimento necessário para não os repetir. Além disso, é importante prestar atenção aos detalhes durante a leitura, focando especificamente nas áreas em que você tem mais dificuldade. Ler com atenção para aprender a escrever é diferente de ler apenas para entender o conteúdo.

Conclusão

Em resumo, o momento ideal para começar a fazer simulados é quando você já se sente seguro com a escrita dos idiomas que serão cobrados no concurso. Antes disso, é importante construir uma base sólida no idioma, estudando gramática e praticando a escrita. Aproveitar melhor os simulados envolve fazer uma lista de erros a cada simulado, estudar esses erros e prestar atenção aos detalhes durante a leitura. Ao seguir essas dicas, você poderá aproveitar ao máximo os simulados e evoluir rapidamente na sua preparação para o concurso de diplomata.

Conheça nossas propostas de estudo para o CACD, dos 3 idiomas estrangeiros:

Como ler para escrever melhor

Apenas a leitura, por si só, tornará você um excelente leitor. Se você está satisfeito em ler em francês e entender, essa pode ser uma estratégia de estudo adequada. Conheço muitas pessoas – principalmente da área acadêmica – que, por terem um vasto vocabulário em português e/ou conhecerem um novo idioma, sentem facilidade em compreender textos escritos em língua francesa.

No entanto, se o seu objetivo é aprender a escrever em francês, não importa quantos textos você leia, você só melhorará a sua escrita quando começar a escrever.

A Arte de Roubar: Inspirar-se para Criar

Os textos que lemos devem servir como base para nossa escrita, precisamos extrair palavras e estruturas que ajudarão nossa expressão. Sempre que for ler um texto, escolha um novo elemento para levar para suas produções. Torne-se um ladrão, como são os grandes artistas.

Como diria Austin Kleon, em seu livro “Steal like an artist”,

“Nothing is original. Steal from anywhere that resonates with inspiration or fuels your imagination.”

Uma boa tradução para esta frase seria: “Nada é original. Roube de qualquer lugar que ressoe com inspiração ou alimente sua imaginação.”

O polímata e poliglota Benjamin Franklin, em sua autobiografia, compartilhou uma estratégia valiosa para aprimorar a escrita: ele aprendeu a escrever imitando seus autores favoritos. Foi tentando escrever como eles que ele melhorou seu vocabulário e argumentação, foi copiando que desenvolveu seu próprio estilo. Franklin, em sua busca pelo aprimoramento, incorporou as técnicas e estilos de diferentes escritores, adaptando-os ao seu próprio processo criativo.

Então, da próxima vez que você estiver lendo um texto em francês, esteja pronto para cometer este crime. Mas lembre-se do ditado popular: “Vergonha é roubar e não poder carregar”.

Em vez de ler um texto inteiro e ficar contente porque entendeu tudo, sem levar nada do que leu para sua escrita, leia dois parágrafos para ter tempo de realizar uma leitura atenta, anotar novas palavras e estruturas, e pesquisar tópicos gramaticais que apareceram no texto e que geraram dúvidas.

Exercício Prático

Vamos fazer um exercício para finalizar nosso estudo? Leia este parágrafo de um texto do Le Monde Diplomatique.

C’est comme le jeu des sept différences, mais à l’envers. Plutôt que de chercher des dissemblances sur deux dessins presque identiques, il faut repérer des points communs sur des images disparates, mais qui comportent tant de détails qu’on peut toujours y trouver certaines similitudes. Les temps de guerre se prêtent particulièrement à l’exercice. Commentateurs et décideurs traquent alors dans le passé tout événement qui pourrait, de quelque façon que ce soit, s’apparenter à la situation contemporaine.

Agora, preencha as informações a seguir:

1. Palavras novas:

2. Elementos gramaticais que me geraram dúvidas:

3. Palavras que quero usar em meus textos:

4. Estruturas que posso usar em meus textos:

Percebe como a simples leitura de apenas um parágrafo já proporcionou um aprendizado significativo?

Dominando o Exame de Diplomata: Um Guia Abrangente para as Três Fases do Concurso

Como é o concurso de diplomata?

Esta jornada rumo ao sucesso diplomático demanda não apenas conhecimento substancial, mas também uma preparação meticulosa. Vamos entender melhor as fases do concurso de diplomata?

Fase Inicial: Testando a Amplitude do Conhecimento

A primeira etapa do Exame de Diplomata é um teste abrangente projetado para avaliar a amplitude do conhecimento dos candidatos. Nesta fase inicial, os participantes são submetidos a uma série de testes objetivos que abrangem uma vasta gama de tópicos. Desde língua portuguesa até direito internacional, passando por história brasileira e mundial, relações internacionais, geografia, economia e leis, cada área do conhecimento é minuciosamente examinada.

É imperativo que os candidatos demonstrem não apenas proficiência em inglês, mas também uma compreensão sólida e abrangente de todos os assuntos relevantes.

Segunda Fase: Expressão e Análise Profunda

À medida que avançam para a segunda fase, os participantes encontram-se diante de um novo desafio: testes discursivos em língua portuguesa e inglês. Nesta fase intermediária, a competição atinge um novo patamar, exigindo dos candidatos habilidades de expressão escrita e análise crítica afiadas.

Eles são chamados a redigir ensaios detalhados, apresentar argumentos coerentes e realizar interpretações profundas em ambos os idiomas. A capacidade de articular ideias com clareza, precisão e persuasão torna-se uma habilidade essencial para avançar nesta etapa crucial do exame.

Terceira Fase: O Desafio Definitivo

Finalmente, chegamos à terceira e última fase do Exame de Diplomata. Aqui, somente os mais preparados e resilientes conseguem chegar. Nesta etapa derradeira, um grupo seleto de candidatos enfrenta testes discursivos abrangentes que abordam temas que vão desde a história do Brasil até política internacional, geografia, economia e leis. Além disso, são desafiados a demonstrar proficiência em línguas estrangeiras como espanhol e francês.

Esta fase representa o ápice do teste, exigindo respostas detalhadas, bem fundamentadas e articuladas dentro de limites rigorosos de tempo e palavras. Aqueles que emergem vitoriosos desta fase estão mais próximos de alcançar o tão almejado título de diplomata e ingressar no emocionante mundo da diplomacia internacional.

Conclusão: Preparação Estratégica é a Chave

Em suma, dominar o Exame de Diplomata requer uma preparação estratégica abrangente que aborde cada fase com cuidado, dedicação e determinação. Compreender a complexidade de cada etapa, aprimorar habilidades específicas e cultivar uma mentalidade resiliente são essenciais para o sucesso nesta jornada desafiadora.

Por meio de uma preparação meticulosa, focada e persistente, os aspirantes a diplomatas podem enfrentar os desafios do concurso com confiança e determinação. Então, preparem-se, estudem com afinco e estejam prontos para conquistar o título de diplomata.

Inscreva-se em nossos cursos de idiomas para o CACD. Você pode iniciar os seus estudos em qualquer nível de conhecimento, seja ele básico, intermediário ou avançado.

Por dentro do Módulo I do Passeport pour la diplomatie



Introdução

Seja muito bem-vindo(a) ao Estudo Idiomas! Neste blog, vamos explorar o funcionamento do nosso curso de francês e como você pode se preparar para alcançar excelentes resultados na prova de francês do concurso de diplomata. Vamos começar pelo módulo 1 e depois exploraremos os módulos seguintes.

Módulo 1: O Primeiro Contato com a Língua Francesa

No módulo 1, você terá os seus primeiros contatos com a língua francesa. Aqui, você aprenderá as primeiras palavras e os conceitos básicos de gramática. O módulo é composto por 12 lições em vídeo, além de uma apostila completa com 128 páginas.

Na apostila, você encontrará um resumo de cada lição, desde números e horas até meses e datas. Há também espaço para anotações e citações. Ao final de cada lição, você encontrará exercícios de fixação para praticar o que aprendeu durante as aulas. Todos os exercícios vêm com gabarito, para que você possa verificar suas respostas.

Desafio de Escrita e Correção Automatizada

Após estudar a gramática e praticar bastante, é hora de colocar em prática o que você aprendeu. No módulo 1, você encontrará um desafio de escrita. Nesse desafio, você poderá digitar um texto e solicitar a correção automática. A correção é dividida em três partes: a reescrita correta do texto, a indicação dos erros cometidos e uma explicação sobre o motivo do erro.

Caso você não esteja satisfeito(a) com a primeira correção, você pode solicitar uma segunda correção. Se preferir, você também pode entrar em contato com um tutor por e-mail ou WhatsApp para tirar suas dúvidas ou pedir uma correção personalizada do seu texto.

Tire Suas Dúvidas com o Tutor

O Estudo Idiomas oferece um chat com um tutor disponível para tirar todas as suas dúvidas. Você pode conversar com o tutor sobre qualquer assunto, não apenas relacionado ao curso. O tutor está preparado para ajudar com francês, inglês, espanhol, alemão e italiano. Aproveite essa oportunidade para aprender mais e esclarecer suas dúvidas.

Conclusão

O módulo 1 é apenas o começo da sua jornada no curso de francês do Estudo Idiomas. Nesse módulo, você terá uma base sólida da língua francesa, com as primeiras palavras, conceitos de gramática e exercícios de fixação. Lembre-se de praticar bastante e utilizar todas as ferramentas disponíveis, como o desafio de escrita e o chat com o tutor.

No próximo vídeo, exploraremos o módulo 2, que é específico para preparação do francês no concurso de diplomata. Continue estudando e bons estudos!

Como fazer um excelente resumo em francês


O que é uma Paráfrase?

Uma paráfrase consiste em reescrever um texto original utilizando palavras diferentes e alterando a estrutura das frases. Não se trata apenas de substituir palavras por sinônimos, é necessário compreender o significado do texto original e expressá-lo de forma diferente.

Por que a Paráfrase é Importante?

A utilização da paráfrase é importante porque demonstra que o autor compreendeu o que o escritor original quis dizer. Além disso, permite ao autor expressar seu próprio estilo de escrita, uma vez que são suas palavras que aparecem na página. Ao parafrasear, é possível destacar as próprias ideias e opiniões.

Como Fazer uma Paráfrase Eficaz?

Para fazer uma boa paráfrase, é necessário seguir algumas etapas:

  1. Compreenda o texto original: Leia o texto original várias vezes para garantir que você entendeu seu significado.
  2. Reescreva o texto: Utilize suas próprias palavras para expressar o mesmo significado do texto original. Evite copiar frases inteiras.
  3. Altere a estrutura das frases: Modifique a ordem das palavras e a estrutura das frases para criar um texto novo e original.
  4. Revise seu trabalho: Leia a paráfrase final e verifique se ela captura o significado do texto original.

Exemplos de Paráfrases

Texto original: “Le talent est, sans doute, la plus grande justice qui traverse l’humanité, car il n’est jamais distribué de manière égale.”

Paráfrase: “Le talent n’est pas distribué également à travers toute l’humanité, car tout le monde n’y a pas accès de manière équitable.”

Texto original: “Pendant de nombreuses années, l’archipel est resté isolé, ce qui a contribué au développement d’une riche tradition orale.”

Paráfrase: “En raison de son isolement géographique pendant une longue période, l’archipel est devenu riche en une culture de tradition orale.”

Conclusão

A paráfrase é uma ferramenta importante na escrita, pois demonstra compreensão e permite ao autor expressar suas próprias ideias e estilo de escrita. Ao reescrever um texto original utilizando suas próprias palavras, é possível criar um conteúdo novo e original.

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7 motivos para se aprender idiomas com poemas

Você pode estar pensando: “Mas eu nem gosto de poesia…” Eu entendo, não é todo mundo que gosta, mas continue a ler o artigo e você entenderá o porquê da minha indicação.

Meus alunos dizem que eu não posso servir como base para dar esse tipo de sugestão, porque adoro poemas e aprendo muito com eles, mas há diversas razões para se estudar um poema, mesmo que você não goste de poesia. Garanto que você vai se surpreender. Neste artigo, resolvi revelar os 7 motivos que eu considero mais importantes. E ainda tenho um pequeno presente para quem ler o texto até o final: surpresa.

1. O poema é um texto curto

Um poema é, geralmente, um texto curto, mas que carrega muitas vezes um significado extremamente amplo e profundo. Por ser curto, o seu estudo é rápido. Nem sempre é fácil, mas é rápido. E é ainda mais rápido se não nos retermos em seus significados mais profundos e analisarmos tão somente o seu vocabulário e a sua estrutura gramatical. Sei que é perder um pouco de foco no poema, mas nosso objetivo não é nos tornarmos críticos literários, mas estudarmos idiomas a partir da poesia.

Há um poeta italiano de quem gosto muito chamado Ungaretti (clique no link para saber mais sobre sua vida), que morou no Brasil e ensinou literatura na USP. Sua história é fascinante e sua obra, incrível. Ele lutou nas duas grandes guerras, aderiu ao fascimo, fugiu dele e essas expriências o influenciaram bastante, o que lhe fez escrever poemas sobre a morte e também sobre a vida! Imagine o que é ver o Sol raiar mais vez enquanto luta-se uma guerra ou o quanto isso se torna importante depois dela, para quem já viu tanta destruição.

Esse poema é composto apenas de duas linhas e praticamente apenas três palavras. Há diversas interpretações para ele, a mais comum é o prazer de ver uma nova manhã surgir e como aquela manhã lhe dá energia para viver. Como já disse antes, é muito interessante divagar sobre o poema, mas esse não será o nosso objetivo ao estudá-los, vamos focar no idioma:

Mattina, di Giuseppe Ungaretti

Mattina,
M’illumino d’immenso

E é só. Fácil de memorizar, não é? Ainda temos alguns elementos linguísticos importantes: mattina, manhã – um período do dia; m’illumino, ilumino-me – pronome objeto apostrofado + conjugação de um verbo regular no presente do indicativo; d’immenso, de imensidão – preposição di apostrofada + vocabulário. Além disso, o ritmo do poema com três palavras com letras duplas, permite praticar bem a pronúncia. Viu quanta coisa em apenas duas linhas? É claro que você não precisa enxergar tudo isso logo de cara, vai analisando devagar, descobrindo aos poucos.

Nosso objetivo não é nos tornarmos críticos literários, mas estudarmos idiomas a partir da poesia.

Há poemas e letras de músicas que eu descubro constantemente. Em japonês, há um gênero literário impressionante que se chama haikai ou haiku. Já ouviu falar? São poemas curtos, de três linhas e dezessete sílabas, apenas. Nessas três linhas, encontramos muita beleza e muita profundidade. E também, como é de se esperar, muito conteúdo linguístico a ser estudado.

Os haikai clássicos versam sobre a natureza e sobre os fatos banais do mundo. Geralmente, precisamos ler mais de uma vez para entender. Mas, como é tão curto, a sua leitura não dá tanto trabalho, é possível lê-lo diversas vezes sem perder muito tempo. Esse tempo curto é importante, porque nos permite praticar diariamente, nos permite estar sempre em contato com o idioma. Afinal, quem aqui não tem tempo de ler algumas linhas por dia?

Antes de minha viagem ao Japão, eu lia haikai e tentava entendê-los a partir dos meus estudos sobre a cultura japonesa e a partir de pinturas clássicas. Eu até que conseguia imaginar os cenários em que os poetas tinham estado e tudo o mais, mas nada melhor do que estar lá e poder registrar o que você viu e associar ao que já estudou. Leia esse pequeno poema de Basho sobre a primavera e veja a foto. Incrível, não é?

春なれや
名もなき山の
薄霞芭蕉

haru nare ya
na mo naki yama no
asagasumi

Já é primavera —
Uma colina sem nome
Sob a névoa da manhã.

Bashô

Preciso falar alguma coisa sobre elementos linguísticos nesse poema? Só o estudo dos kanji já estaria de bom tamanho: 春 – primavera; 山 – montanha; 名 – nome. Esses são os mais simples, para quem está começando como eu, mas é claro que há outros mais complexos. Além disso, ainda podemos ver a partícula の, indicando posse. Quando estudei esse poema pela primeira vez, não conhecia o termo 薄霞芭蕉, mas depois descobri que são daquelas palavras um tanto intraduzíveis, que se refere simplesmente à névoa da manhã.

São vários elementos que até um iniciante como eu pode identificar. E esse é o objetivo, ver na prática o que já se sabe e, é claro, buscar o que há de novidade: vocabulário e estrutura gramatical. Caso consiga uma análise mais detalhada do que a minha – e provavelmente conseguirá, fique à vontade para postar nos comentários. 😉

Resumindo o primeiro motivo: a brevidade do poema nos permite uma leitura diária e nos traz elementos linguísticos novos e já conhecidos.

2. Como é um texto curto, você pode memorizá-lo facilmente

E quais seriam as vantagens de se memorizar um texto? Primeira vantagem: tudo o que aprendemos passa pela nossa memória. Esse papo de que não temos que memorizar, mas que aprender, é balela. Para aprender algo, precisamos memorizar e não temos escapatória. Todas as palavras que utilizamos em nosso dia a dia, seja em que idioma for, estão registradas em nossa memória (leia este artigo que escrevi sobre como memorizar melhor).

Tendo memorizado um poema, aquele vocabulário e aquelas estruturas vão se internalizando e você vai aprendendo mais rápido. Mas não é memorizar por memorizar, como um papagaio o faria. É preciso que você esteja consciente, que você entenda o que está decorando, para poder aprender, para poder começar a usar o que está em sua memória. A aprendizagem de um idioma se dá quando você passa a utilizar aqueles elementos estudados, seja de forma passiva (compreensão) ou ativa (expressão).

Essa é uma diferença importante de entender: nem sempre vamos usar tudo o que aprendemos. E nem precisamos. Há vezes que entender já nos basta. Você, com certeza, não usa todas as palavras que conhece em português,

Nem sempre vamos usar tudo o que aprendemos. E nem precisamos. Há vezes que entender já nos basta. Você, com certeza, não usa todas as palavras que conhece em português. Mesmo em sua língua materna, você opta por utilizar um determinado número de palavras, adaptando-as ao contexto e, é claro, limitado pela sua memória – quantas vezes queremos dizer/escrever uma palavra e a esquecemos? Isso acontece comigo o tempo todo. Então, por que seria diferente em outro idioma?

Outra vantagem: sabe aquela hora em que te dizem: “Fala alguma coisa em japonês”? Que tal surpreender e recitar um poema? Seria hilário e a outra pessoa com certeza ficaria boquiaberta. Ah, além disso, poemas agradam a muitas garotas, é uma ótima ferramenta de conquista! Imagine recitar um poema em francês ou em italiano – línguas consideradas extremamente românticas – assim, de cabeça. Uau!

3. Você pode ler em voz alta para praticar a pronúncia

Não é fácil ler um livro inteiro em voz alta, até mesmo um texto de cinco páginas demanda algum tempo, mas isso é totalmente possível com um poema, seu estudo diário é tranquilo e sua leitura, além de agradável, é breve. Isso facilita bastante a prática da pronúncia. Eu gosto de recitar poemas em voz alta e, recentemente, comecei a gravar alguns. Escute esse poema de Baudelaire, intitulado Enivrez-vous, o meu favorito em francês. É um poema escrito em prosa:

Enivrez-vous, de Charles Baudelaire

Il faut être toujours ivre, tout est là ; c’est l’unique question. Pour ne pas sentir l’horrible fardeau du temps qui brise vos épaules et vous penche vers la terre, il faut vous enivrer sans trêve.

Mais de quoi? De vin, de poésie, ou de vertu à votre guise, mais enivrez-vous!

Et si quelquefois, sur les marches d’un palais, sur l’herbe verte d’un fossé, dans la solitude morne de votre chambre, vous vous réveillez, l’ivresse déjà diminuée ou disparue, demandez au vent, à la vague, à l’étoile, à l’oiseau, à l’horloge; à tout ce qui fuit, à tout ce qui gémit, à tout ce qui roule, à tout ce qui chante, à tout ce qui parle, demandez quelle heure il est. Et le vent, la vague, l’étoile, l’oiseau, l’horloge, vous répondront, il est l’heure de s’enivrer ; pour ne pas être les esclaves martyrisés du temps, enivrez-vous, enivrez-vous sans cesse de vin, de poésie, de vertu, à votre guise.

Você também pode se gravar falando e se comparar com nativos, como eu fiz com o poema anterior, é um excelente exercícios para se avaliar, para ver como anda a sua pronúncia. Há muitos arquivos em áudio disponíveis online, tanto no YouTube quanto em sites que disponibilizam áudio-livros. Falaremos sobre esses sites em um próximo artigo, então, fique ligado em novas atualizações.

4. Você pode descobrir o ritmo da língua

Cada idioma possui um ritmo próprio e a leitura de poemas pode revelá-lo com uma maior facilidade. É claro que, para isso, você precisa ler em voz alta ou ouvir alguém recitando. Considero essa atividade fundamental para quem deseje adquirir um ritmo de fala parecido com a de um nativo. Não vou escrever muito sobre esse tópico. Vou deixar você avaliar alguns vídeos que eu selecionei, com poemas em francês, italiano, inglês e um texto curto de Nietzsche, em alemão:

Tente perceber, neste vídeo – old, but gold – todo o romantismo e melancolia da língua italiana.

Esse não é um bom exemplo generalizado de poemas em língua inglesa, mas as brincadeiras e a leveza de Kerouac, nesses American Haiku, leva o inglês quase ao escrachamento:

Todos sabem que o alemão é forte. Mas você já tinha percebido como ele é melódico? Escute o aforismo Der tolle mensch, de Nietzsche e confira.

Interessante, não é? É algo que você pode fazer sempre. Escutar um poema no seu idioma de estudo para tentar compreender e captar melhor o seu ritmo.

5. Você pode aprender muito vocabulário com um poema

Acredito que os exemplos do começo do artigo já tenham sido suficientes para deixar claro o quanto você pode aprender analisando os elementos linguísticos de um poema. O seu significado profundo pode ser deixado de lado em um primeiro momento caso você queira apenas estudá-lo para aprender mais do idioma. É claro que seus aspectos artísticos e culturais (algumas vezes, até sociais) são de extrema relevância, mas o nosso objetivo aqui é aprender mais e melhor.

No entanto, não posso deixar de abordar esses dois últimos aspectos fundamentais. Caso você não tenha interesse em poesia e queira pular para o final do artigo e baixar o seu presente, não vou me ofender, eu compreendo perfeitamente. De qualquer forma, preciso continuar.

6. Você pode captar muito da cultura de um povo

A poesia é uma expressão artística e toda expressão artística possui íntima relação com a cultura de um povo. Veja as artes japonesas. Apesar de terem uma grande influência da China, os artistas japoneses conseguiram criar algo novo, algo que revela muito da sua cultura. Só de ver uma obra, já é possível dizer se ela é japonesa ou não. Os poemas também são obras de arte, os haiku, por exemplo, pertencem exclusivamente ao Japão. Em apenas três linhas, podemos detectar parte do pensamento de um povo, de sua relação com a natureza e de sua observação da vida.

Os poemas italianos e franceses também possuem características próprias, apesar de serem parecidos, por questões históricas e geográficas. Um movimento que teve muita força na França foi o Iluminismo (tem até um filme sobre parte desse movimento na Dinamarca – O Amante da Rainha. Em dinamarquês: En Kongelig Affaere – veja como se parece com o alemão!) e ele foi um dos propulsores da Revolução Francesa. Voltaire, um dos nomes mais famosos do movimento iluminista, não podia deixar de escrever poemas que representassem seus ideais.

Os beatniks também deixaram sua marca na literatura. Eles representaram um pensamento hipster antes mesmo do movimento hippie tomar a proporção que conhecemos. Sua influência foi imensa na época e muitos ainda admiram a espontaneidade desses escritores. O que mais pode representar tão bem uma parte da cultura americana?

Cada movimento artístico e literário está associado a uma parte da história e cada parte dessa história gerou cultura e essa cultura influenciou o pensamento da época e deixou suas marcas até hoje. Estudar uma obra de arte é estudar cultura, é estar imerso nos motivos que levaram o autor a produzí-la.

7. Você vai se elevar com a beleza de um poema

Nada melhor do que admirar o belo, uma paisagem, uma música, um quadro ou um poema. A arte nos engrandece, não apenas pela cultura que ela nos traz, mas também pela sensibilidade que ela desperta. O poeta viveu uma experiência, a observou e a retratou em algumas linhas, em palavras minuciosamente escolhidas, para tentar transmitir ao leitor, um pouco do que viveu.

Drummond dizia que havia um reino das palavras e que lá estariam os poemas a serem escritos. Os grandes poetas são frequentadores assíduos deste reino, um lugar que não conhecemos bem, mas do qual podemos ter uma vaga ideia se nos dedicarmos um pouco à leitura da poesia.

O que escrevi pode parecer um tanto poético e romântico, o de se estudar a partir de obras de arte, mas você viu que é possível e, mesmo que não queira entrar nesse mundo de cabeça, um pouco de beleza pode contagiar você e elevar o seu espírito. Muita viagem? Deixe sua opinião nos comentários.

Para acabar o artigo com uma bela mensagem a favor da cultura, gostaria de citar Goethe, que enumera algumas atitudes que deveríamos tomar diariamente:

“Man sollte alle Tage wenigstens ein kleines Lied hören, ein gutes Gedicht lesen, ein treffliches Gemälde sehen und, wenn es möglich zu machen wäre, ein vernünftiges Wort sprechen.”

"Todos os dias deveríamos ler um bom poema, ouvir uma linda canção, contemplar um belo quadro e dizer algumas palavras bonitas".

Que tal? Gostou?

Estou apenas começando a escrever o blog e, para dar continuidade ao projeto, preciso da interação de vocês. Caso tenha gostado dos artigos e dos vídeos do blog, peço que compartilhe com os seus amigos e/ou que deixe um comentário sobre essa dica de estudar idiomas com poesia. O que achou das sugestões?

Um grande abraço e até a próxima!