5 formas de estudar idiomas todos os dias

5 dicas para estudar um idioma todos os dias

Não estou dizendo que você deveria abrir um livro e estudar três ou quatro horas por dia, acredito que isso não seja possível para todos. O que quero deixar claro é a importância do contato diário, da prática diária. Você pode estudar, por exemplo, ouvindo uma música ou assistindo a um anime (link do artigo), fazendo algo que te interessa naquele idioma. Em meus estudos de alemão, tento ler ao menos uma frase por dia, para manter um contato mínimo com a língua, mesmo quando não tenho tempo para abrir um livro.

E foi assim que aprendi o francês. Ingressei no curso de Letras – Francês conhecendo muito pouco do idioma – o suficiente para passar no vestibular – e fui assimilando a língua aos poucos. Sempre gostei de poesia, de literatura e de versões de músicas brasileiras em outras línguas. Parti desse meu interesse para atingir o domínio da língua. Claro, não foi apenas ouvir a música ou ler o poema, mas a curiosidade que eles me instigavam: via uma estrutura diferente e ia pesquisar na internet como utilizá-la, lia uma palavra nova e buscava seu significado, estudava gramática e aumentava o vocabulário sem perceber.

Já que nem todo mundo tem os mesmos interesses, resolvi escrever sobre 6 formas de se estudar diariamente, de manter esse contato diário com o seu objeto de estudo. Pouco importa qual seja o idioma, você vai perceber que essas dicas funcionam para quase todos eles:

  1. Alterando o idioma dos dispositivos
  2. Estudando uma música
  3. Ouvindo um podcast
  4. Lendo um poema
  5. Acessando o site tatoeba

Vamos começar?

1. Alterando o idioma dos dispositivos

Que tal mudar o idioma dos dispositivos que você mais usa? É uma forma de manter um contato constante com a língua estudada.

Essa dica é clássica. Pense em algo que você use bastante. Pensou? Se você vive conectado como eu, com certeza foi algo relacionado ao computador ou ao celular. E que tal mudar o idioma dos dispositivos que você mais usa? Tente alterar o idioma do seu Instagram, por exemplo. Admita, você usa bastante essa rede social e não há vergonha nisso. Então, aproveite para estudar um pouco e aumentar o seu vocabulário.

Para aproveitar melhor as redes sociais para praticar um novo idioma, que tal seguir perfis de outros países? Dessa forma, você se diverte com o conteúdo e ainda tem a oportunidade de ouvir ao menos uma língua estrangeira todos os dias. Ontem, por exemplo, me dei conta que, por acaso, tinha consumido conteúdo em inglês, francês, italiano e alemão.

Outro dispositivo que você pode alterar é um software: durante a instalação, alguns perguntam em que idioma você deseja instalar o programa; é só selecionar o idioma que você está estudando e pronto. No entanto, às vezes é preciso baixar o software de um domínio diferente, .fr, .it, ou .jp, por exemplo.

2. Estudando uma música

Há várias formas de se estudar uma música, a mais utilizada é a tradução. Ouvimos uma música da qual gostamos, buscamos a letra e traduzimos. É uma das formas de se adquirir mais vocabulário e expressões, mas não se pode parar por aí. A curiosidade precisa ser maior. Ontem, estava estudando a música “And I love her” (clique para ver a letra) com um aluno. Ele quis saber a tradução e traduzimos a música inteira juntos, fazendo suposições e dando um sentido à letra, tentando compreender a narrativa por trás. Depois dessa primeira fase, exploramos os aspectos gramaticais da música:

Simple present – I give, he gives, she brings
Future – My love will never die
Object pronoun – I love you, I love her
Possessive pronouns – love of mine, a love like ours

E poderia prosseguir abordando outros tópicos, como a formação de advérbios a partir das palavras tenderly e o que fosse surgindo, até explorá-la por completo. É claro que seria massante demais para o aluno e acabei parando por aí. Mas você pode estar se perguntando: mas ainda não domino o idioma que estou estudando e ainda não consigo identificar todos os tópicos gramaticais.

Boa notícia: não é preciso. Você vai selecionar e estudar aqueles que você perceber espontaneamente, aqueles que atiçarem sua curiosidade, o importante é não parar apenas no vocabulário.

Outra forma de estudar um idioma com música é a partir de uma versão de uma música brasileira. Pode ser um trabalho interessante porque você já conhece o ritmo, já sabe do que trata a música e está familiarizado com o vocabulário utilizado.

Uma versão pode ser mais aproximada da canção original ou mais distanciada e é uma das primeiras coisas que buscamos perceber (logo após curtir a música, né? 😉 ). É interessante tentar entender as diferenças entre uma e outra e enxergar as soluções que o tradutor encontrou para expressar aquela ideia, logo aquela que chamou a sua atenção para música.

Eu adoro o Chico Buarque e não me canso de ouvir suas músicas. É tanto que também busco versões em outros idiomas: italiano, francês, inglês, húngaro… rs. Uma das músicas das quais mais gosto é Samba e amor. Minha estrofe favorita é:

No colo da bem-vinda companheira / No corpo do bendito violão / Eu faço samba e amor a noite inteira / Não tenho a quem prestar satisfação. 

Quando vi que era uma versão, fiquei pensando… Como ele manteve essa rima? E eis que ele teve que mudar um pouco a letra para manter a rima em italiano:

In braccio alla compagna di una sera / E con la mia chitarra accanto a me / Io faccio samba e amor la notte intera / Perché dovrei pentirmene, perché?

Percebeu? Então, são esses elementos que vamos buscar na música. Você não precisa ir tão longe se não entender de rimas e etc, basta comparar as duas versões e ver como elas foram traduzidas. É uma experiência extremamente rica, que vai aumentar seu vocabulário e, de quebra, sua sensibilidade. Fique agora com a música Samba e amore, na voz de uma cantora de jazz italiana, Susanna Stivali:

Ouvir música também é um grande prazer. Aproveite os momentos de ócio para ouvir músicas no idioma que está estudando, ouça sem compromisso, apenas para se acostumar aos sons da nova língua. Baixe músicas no seu ritmo favorito e curta-as, simplesmente! Eu mesmo tenho uma boa seleção de músicas estrangeiras no spotify. Sempre que estou sem fazer nada, busco relaxar ouvindo minha seleção.

3. Ouvindo um podcast

Não sei você, mas eu vivo com fones de ouvido por aí: na academia, no supermercado, no trabalho… Quando estou trabalhando, gosto geralmente de ouvir alguma música que me inspire. Mas, quando estou na academia ou no supermercado, por exemplo, meu ritual é curtir um podcast. Assim como faço com os perfis do Instagram, ouço podcasts em vários idiomas.

Sabem, percebo que nossos gostos e habilidades com idiomas podem variar bastante. Por isso, estou aqui para compartilhar algumas sugestões de podcasts que são tanto educativos quanto envolventes, perfeitos para quem quer mergulhar em um novo idioma, seja no nível básico ou avançado:

a. Inglês – ESL Podcast
b. Francês – RFI Français facile
c. Espanhol – Hoy hablamos
d. Alemão – Slow German
e. Italiano – News in slow Italian

4. Lendo um poema

O poema geralmente é um texto curto, com ritmo, rimas, jogo de palavras, podendo ser facilmente memorizado.

“Que loucura é essa? Eu nem gosto de poesia.” Entendo… Realmente, não é todo mundo que gosta, mas há várias razões para se estudar um poema e esse já foi tema, inclusive, de uma palestra minha: o poema é um texto curto, com ritmo, rimas, jogo de palavras e que pode ser facilmente memorizado.

Quando estudava francês, me dedicava muito a estudar poemas e, algumas vezes, memorizava-os. A memorização é uma técnica um tanto desprezada, hoje em dia. E é realmente uma pena, porque todo o nosso conhecimento passa primeiramente pela memória. Aliás, essas palavras que estou escrevendo aqui estão todas em minha memória. E é para lá que vão as novas palavras que você está aprendendo agora.

Um dos meus poemas preferidos em francês é de Rimbaud. O poema se chama Sensation e devo dizer que foi ele que me despertou para o futuro simples em francês. Quem já estuda este idioma, sabe que é um tempo até tranquilo de se aprender, mas que é necessário um pouco de prática. A memorização deste poema me fez fixar este tempo verbal.

Tenho um amigo que dizia que os poemas são como amuletos, para você carregar com você e, de certa forma, acredito nisso. E esses amuletos podem ajudar você a aprender ainda mais. Espere o próximo artigo para entender como.

5. Acessando o site tatoeba

O tatoeba é um site multilíngue. Mais do que isso: é um dicionário de frases! Você pode selecionar o idioma de origem e o idioma alvo, apenas o idioma de origem ou apenas o idioma alvo. Por exemplo, quero ler frases em inglês, mas pouco me importa o idioma da tradução, deixo o campo do idioma alvo livre, digito a palavra “now” (um exemplo) e clico na lupa. Pronto, as frases vão aparecer, todas contendo a palavra “now” e nos mais diversos idiomas. Algumas frases indicam que possuem som. Elas são ideais para quem deseja praticar a pronúncia.

Além dessa busca, há um recurso do qual gosto muito: a sentença aleatória. Às vezes, fico brincando só nessa seção, lendo as frases dos idiomas que conheço, dos idiomas que estou estudando e imaginando a pronúncia das mesmas frases em húngaro, tcheco, polonês, finlandês, etc. É bem divertido.

Resumindo, é possível ter um contato diário com o idioma de várias formas: por meio de músicas, séries, poemas, sites multilíngues e podcasts. Qual é a sua forma favorita de estudos?

Quer aprender um novo idioma e não sabe por onde começar? O que acha de estudar com a gente? Ensinamos francês, inglês, espanhol e alemão.

Nova plataforma de Simulados para o CACD

Vamos aprender a usar a plataforma?

Primeiro de tudo, precisamos falar sobre o objetivo do SimulEI. O objetivo é manter um registro dos simulados que você fez de francês e espanhol para o CACD.

Você vai preencher informações básicas sobre cada um dos exercícios e listar todos os seus erros. Em seguida, terá acesso a um relatório completo, com estatísticas variadas, notas e dicas para melhorar a sua escrita.

Estamos em versão beta, o que significa que estamos testando funcionalidades e anotando todas as sugestões que recebemos. Ainda não temos uma versão mobile. Estamos tentando deixar tudo redondinho por aqui, antes de investir mais tempo na elaboração da versão para celular. Não hesite em nos contatar pelo e-mail: info@estudeidiomas.com.

Neste artigo, vamos explorar um pouco das possibilidades da plataforma, aproveitando para criar um guia de uso.

Página inicial

Na página inicial, você encontrará o registro dos seus simulados consolidados, ou seja, com as notas finais. São eles que aparecerão nas listas e nos gráficos desta página:

Acompanhe a sua evolução nos estudos dos idiomas

Simulados

Nesta página, você encontrará a lista dos simulados dos dois idiomas, estejam eles consolidados ou não. Você poderá sempre visualizá-los e, caso deseje, consolidar os resultados na página do relatório.
O botão “Novo simulado”, como o próprio nome diz, permite que você acrescente simulados à sua lista em apenas 5 passos simples.

Veja os simulados cadastrados e acrescente novos
Em 5 passos simples, acrescente um novo simulado
Registre os erros cometidos

Relatório

No relatório, você terá acesso a todas as informações do seu simulado, incluindo número de erros e notas atribuídas de forma automática, baseadas nos erros cometidos e no nível de dificuldade que você escolher para cada um dos exercícios.

Enquanto o resultado não estiver consolidado, você poderá editar as informações dos simulados, acrescentando e retirando os erros que achar necessário. Quando tudo estiver OK, bastar clicar em “Salvar resultado”. A tela ficará assim:

Para ver as dicas de escrita, basta clicar no botão “Analisar os meus erros”, como mostrado abaixo:

Creio que já falamos sobre os pontos mais importantes. O resto você vai descobrir quando se inscrever na plataforma! Muito obrigado!

Como fazer simulados de idiomas para o CACD

Introdução

Seja muito bem-vindo(a) ao estudo de idiomas! Eu sou Igor Barca, professor de francês e diretor do Estudo Idiomas. Hoje, gostaria de compartilhar com vocês a resposta a duas perguntas que estão aparecendo com frequência entre alunos e professores:

1. Qual é o momento ideal para começar a fazer simulados para o concurso de diplomata? 

2. Como posso aproveitar melhor os meus simulados?

Momento Ideal para Começar a Fazer Simulados

Vamos começar respondendo à primeira pergunta. Qual é o momento ideal para começar a praticar simulados? Na minha opinião, o momento ideal é quando você já se sente seguro com a escrita dos três idiomas. Por exemplo, se você já se sente confiante na escrita do francês, já morou na França, fez universidade no país e escreve bem em francês há muitos anos, então esse é o momento ideal para começar a fazer simulados. O mesmo se aplica ao inglês e ao espanhol. Ter um bom domínio da escrita é essencial antes de iniciar os simulados.

Se você começar a fazer simulados antes de estar seguro com a escrita, você pode ter mais dificuldades e demorar mais para evoluir. Nesse caso, minha sugestão é que você dedique um tempo extra para estudar gramática e fazer mais exercícios de escrita, a fim de obter um excelente resultado na prova. É fundamental construir uma base sólida antes de começar a fazer simulados, pois muitas pessoas cometem erros bobos por falta de conhecimento do idioma.

Se você não tem certeza do seu nível de proficiência, entre em contato conosco via WhatsApp e solicite uma avaliação. Nossos professores poderão avaliar a qualidade da sua escrita por meio de um pequeno texto que você enviará. Assim, podemos oferecer uma orientação adequada, seja recomendando aulas em um determinado nível ou sugerindo que você aguarde um pouco mais antes de começar os simulados.

Como Aproveitar Melhor os Simulados

Agora vamos abordar a segunda pergunta: como aproveitar melhor os simulados para diminuir o número de erros? A resposta é simples: faça uma lista de erros a cada simulado que você fizer. Classifique cada erro, anotando se é relacionado à concordância, acentuação, ortografia ou qualquer outro assunto gramatical. Idealmente, recomendaria que você criasse flashcards com cada um dos erros para se familiarizar com a forma correta. No entanto, se isso não for possível, apenas fazer a lista de erros já será de grande ajuda para o seu desenvolvimento.

Quando você recebe um simulado corrigido por um professor, é importante estudar os erros cometidos. Se você não dedicar tempo para entender e corrigir esses erros, é provável que continue cometendo-os no próximo simulado. Portanto, é essencial estudar os erros, fazer a lista e buscar o conhecimento necessário para não os repetir. Além disso, é importante prestar atenção aos detalhes durante a leitura, focando especificamente nas áreas em que você tem mais dificuldade. Ler com atenção para aprender a escrever é diferente de ler apenas para entender o conteúdo.

Conclusão

Em resumo, o momento ideal para começar a fazer simulados é quando você já se sente seguro com a escrita dos idiomas que serão cobrados no concurso. Antes disso, é importante construir uma base sólida no idioma, estudando gramática e praticando a escrita. Aproveitar melhor os simulados envolve fazer uma lista de erros a cada simulado, estudar esses erros e prestar atenção aos detalhes durante a leitura. Ao seguir essas dicas, você poderá aproveitar ao máximo os simulados e evoluir rapidamente na sua preparação para o concurso de diplomata.

Conheça nossas propostas de estudo para o CACD, dos 3 idiomas estrangeiros:

Músicas brasileiras em outros idiomas

Desde os primeiros anos da minha vida, a música sempre desempenhou um papel fundamental. Minha mãe, apaixonada por música, alimentava nossa casa com uma variedade de sons, colecionando fitas cassetes e CDs dos seus artistas favoritos. Enquanto isso, meu pai guardava com carinho uma pequena coleção de discos em um baú preto na sala, cada um contando sua própria história sonora.

Desde cedo, também desenvolvi um grande interesse por idiomas. Percebi que podia combinar essa paixão com a música, e foi assim que minha jornada se entrelaçou com o universo dos sons italianos. Minha mãe, sempre atenta aos meus interesses, começou a trazer para casa CDs de renomados músicos italianos, como Laura Pausini, Luciano Bruno e Lucio Dalla.

Ao ouvir algumas músicas desses cantores, ainda me emociono ao lembrar a minha trajetória de aprendizagem de idiomas. Nessas canções estão as primeiras palavras que aprendi de um idioma estrangeiro. Que tal ouvirmos uma agora para entrarmos no clima deste artigo?

Ciao
Lucio Dalla

C'è stato come un lampo lì proprio in mezzo al cielo 
che era blu cobalto liscio, liscio senza un pelo 
la città sotto era un presepio, le luci del tramonto 
la scia di un aereo, facevano più bello il mondo 
dello sforzo dei poeti, dei mezzi giornalisti 
puttane e kosovari, poi altri tipi misti 
contavano le stelle, le prime ad arrivare 
poi la voce di una vecchia 
che salutava tutti quanti dicendo ciao 

CIAO 
E' la colpa di non so di chi 
CIAO 
E' la colpa di non so di chi 
CIAO 

La spiaggia di Riccione, milioni di persone 
le pance sotto il sole, il gelato e l'ombrellone 
abbronzati un coglione, non l'hai capito ancora 
che siamo stati sempre in guerra 
anche il 15 a Viserba 
in guerra con noi stessi, tra video e giornali 
e noi sempre più lessi a farci abbindolare 
con la nostra indifferenza, la passione per le cose 
che non possiamo stare senza 
anche le pericolose 
come ad esempio una canzone 
mentre la stai cantando 
di là qualcuno muore 
qualcun altro sta nascendo 
è il gioco della vita 
la dobbiamo preparare 
che non ci sfugga dalle dita 
come la sabbia in riva al mare 

CIAO 
E' la colpa di non so di chi 
CIAO 
E' la colpa di non so di chi 
CIAO

Grandes nomes da música brasileira também me acompanhavam: Chico Buarque, Caetano Veloso, Tom Jobim, Milton Nascimento, Ney Matogrosso, Tim Maia, Toquinho… Todos eles ocupavam seus lugares nas prateleiras e em meus ouvidos. As letras de Chico, a música de Tom e a voz de Milton Nascimento me encantavam. Tinha me apaixonado por nossa música e não tinha mais volta.

Um dia, descubro um CD de Toquinho em italiano! Nem acreditei… Eu poderia ter o melhor dos dois mundos: a música brasileira e a língua italiana. Achei aquilo incrível e aproveitei para ouvir o CD diversas vezes, sempre comparando as versões italianas com as originais em português.

Alguns anos mais tarde, quando comecei a acessar a Internet, descobriria que aquilo que ouvi na infância era mais comum que eu imaginava, que diversos artistas brasileiros tinham versões de músicas em idiomas estrangeiros. Desde então, só consigo ouvir música em outro idioma se for música brasileira.

Gostaria de deixar aqui uma sugestão de exercício que, para mim, é extremamente prazeroso. Espero que também o seja para você! Vou disponibilizar versões de músicas brasileiras em outros idiomas e a letra original. O objetivo é comparar as duas, encontrando semelhanças e diferenças.

Em italiano

La Rita
Sergio Bardotti

La Rita è scappata di casa
Ha portato via il mio mondo
Ha portato con sé ciò che è mio di diritto
E che avevo nel cuore per lei
Si è presa i vestiti
Il servizio di piatti

Ma che abuso
Il quadretto di San Francesco
E un bel disco di Caruso

La Rita voleva finirla
Voleva vendicarsi di me
Non ha preso una lira perché non ce l’ho
Ma ha procurato dei danni

Ha preso i miei piani
I miei poveri inganni
E coi miei venti anni
L’amore che fu
E mi ha lasciato
Una chitarra che non canta più’

A Rita
Chico Buarque

A Rita levou meu sorriso
No sorriso dela
Meu assunto
Levou junto com ela
O que me é de direito
E arrancou-me do peito
E tem mais
Levou seu retrato, seu trapo, seu prato

Que papel!
Uma imagem de São Francisco
E um bom disco de Noel

A Rita matou nosso amor de vingança
Nem herança deixou
Não levou um tostão
Porque não tinha não
Mas causou perdas e danos

Levou os meus planos
Meus pobres enganos
Os meus vinte anos
O meu coração
E além de tudo
Me deixou mudo
Um violão

Em inglês

Dindi
Sarah Vaughan

Sky, so vast is the sky, with far away clouds just wandering by
Where do they go? Oh, I don’t know, don’t know
Wind that speaks to the leaves, telling stories that no one believes
Stories of love belong to you and to me

Oh, Dindi, if I only had words I would say all the beautiful
Things that I see when you’re with me, oh, my Dindi
Oh, Dindi, like the song of the wind in the trees, that’s how my heart is
Singing Dindi, happy Dindi, when you’re with me

I love you more each day; yes, I do; yes, I do
I’d let you go away if you take me with you

Don’t you know, Dindi, I’d be running and searching for you
Like a river that can’t find the sea
That would be me without you, my Dindi
Can’t find the sea
That would be me without you, Dindi

Like a river that can’t find the sea
That would be me without you, my Dindi

Dindi
Tom Jobim

Céu, tão grande é o céu
E bandos de nuvens que seguem ligeiras
Pra onde elas vão?
Ah, eu não sei, não sei

E o vento que fala nas folhas
Contando as histórias que são de ninguém
Mas que são minhas
E de você também

Ah, Dindi
Se soubesses o bem que eu te quero
O mundo seria Dindi
Tudo Dindi
Lindo Dindi

Ah, Dindi
Se um dia você for embora
Me leva contigo, Dindi
Fica, Dindi
Escuta, Dindi

E as águas deste rio
Aonde vão? Eu não sei
A minha vida inteira esperei
Esperei por você, Dindi
Que é a coisa mais linda que existe
Você não existe, Dindi

Olha, Dindi
Escuta, Dindi
Olha, Dindi
Adivinha, Dindi

Em francês

Coeur Vagabond
Bia Krieger

Mon cœur a tant d’espérance
Mon cœur en enfance
Désire et attend l’inconnu

Mon cœur en adolescence
N’est pas que l’absence
D’une ombre incertaine entrevue

Qui traversant mes rêves
Sans un mot d’adieu
A laissé dans mes yeux
L’interminable pluie

Mon cœur est un vagabond
Il veut garder le monde
En lui

Mon cœur est un vagabond
Il garderait le monde
En lui

Coração vagabundo
Caetano Veloso

Meu coração não se cansa
De ter esperança
De um dia ser tudo o que quer

Meu coração de criança
Não é só a lembrança
De um vulto feliz de mulher
Que passou por meu sonho sem dizer adeus
E fez dos olhos meus um chorar mais sem fim

Meu coração vagabundo
Quer guardar o mundo em mim

Meu coração vagabundo
Quer guardar o mundo em mim

Em espanhol

Te Amo
Chico Buarque

Ah, si ya perdimos noción de la hora
Si juntos el futuro se demora
Cuéntame ahora cómo he de partir

Ah, si cuando te ví, me eché a soñar, fue casi desvarío
Romp con todo, quemé mis navíos
Cuéntame ahora adónde puedo ir

Tú y yo, si en travesuras de noches eternas
Ya confundimos tanto nuestras piernas
Dime con qué piernas debo seguir

Si dejaste derramar nuestra canción
Si en las arenas de tu corazón
Mi sangre erró de vena y se perdió

Cómo, si en el desorden del mueble extendido
Mi pantalón enlaza tu vestido
Y mi zapato al tuyo pisa aún

Cómo, si nos amamos, hechos dos paganos
Tus pechos aún están en mis manos
Dime con qué cara voy a salir

No, pienso que hacer la tonta tú aparentas
Te dí mis ojos a tener en cuenta
Cuéntame ahora como he de partir

Eu Te Amo
Chico Buarque

Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir

Se ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir

Se nós, nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir

Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu

Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu

Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios inda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair

Não, acho que estás te fazendo de tonta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir

Em alemão

Ein Hund, eine Katze une eine Maus
Mary Roos

Ein Hund, eine Katze und eine Maus
Bewohnten zu dritt ein uraltes Haus
Die Katze war Köchin, die Maus kaufte ein
Der Hund, der hielt Wache und ließ keinen herein

Ja, es ging ihnen gut und es wär so geblieben
Doch wenn’s einem zu gut geht, ist man selten zufrieden
Es dachte der Hund, warum soll ich hier wachen I
Ch kann mit meiner Zeit etwas besseres machen

Und er ging zu den andern und sagte zu ihnen
Ich will euch nicht länger als Wachhund mehr dienen
D’rauf sagte die Katze, dann koch ich nicht mehr
Und die Maus sprach, ich richte das Haus nicht mehr her

Ein Hund, eine Katze und eine Maus
Gerieten in Streit, es bebte das Haus
Die Katze, die jagte der Maus hinterher
Der Hund aber hetzte die Katze noch mehr

Und es fiel alles um, es ging alles in Scherben
Und allmählich begannen sie hungrig zu werden
Durch die Tür zog der Wind, durch das Dach fiel der Regen
Doch sie waren zu stolz um Frieden zu geben

Sie fauchten sich an und jagten sich weiter
Den Lärm hörte bald schon ein Straßenarbeiter
Ja, und mit einem Stock kam er dann in das Haus
Und dann trieb er die drei auf die Strasse heraus

Ein Hund, eine Katze und eine Maus
Die nahmen sich vor, wir lernen daraus
Die Maus geht zum Krämer, die Katze backt Brot
Der Hund, der hält Wache, vorbei ist die Not

Lalalalala…

Ein Hund, eine Katze und eine Maus… Aus!

Águas de março
Tom Jobim

É o pau, é a pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
É peroba no campo, é o nó da madeira
Caingá candeia, é o matita-pereira

É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira
É o vento vetando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira

É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão
É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto um desgosto, é um pouco sozinho

É um estepe, é um prego, é uma conta, é um conto
É um pingo pingando, é uma conta, é um ponto
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manha, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama

É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terça
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

E então? O que achou das músicas? Conseguiu comparar as duas versões? Deixe o seu comentário!

A (des)importância das notas nos simulados de idiomas para o CACD

Recentemente, nos deparamos com uma situação que há muitos anos não acontecia aqui no Estude Idiomas: alunos pedindo para que atribuíssemos notas em seus simulados de idiomas.

Trabalho com a preparação para o CACD há mais de 10 anos e, no início da minha trajetória, eu caí nessa armadilha. Após algumas péssimas experiências, acabei desistindo de atribuir notas. Esse fato consta, inclusive, em nossos termos de uso dos simulados:

5. A correção não é exatamente como a da banca: não é atribuída pontuação, apenas corrigimos os seus erros e comentamos o que pode ser feito para você melhorar, indicando sugestões e links — de diversos sites — para que você possa reforçar os pontos deficitários.

Mas o que aconteceu? Vou explicar como funciona a atribuição de notas pela banca do concurso, relatar um pouco da minha experiência com o tópico e, ao final, contar o que me fez desistir de uma vez por todas de atribuir pontuação aos simulados.

Como funciona a atribuição de notas nas provas de idiomas

Com certeza você já conhece bem o edital, então, vou resumir como as notas são distribuídas, para não tomar o seu tempo.

As provas de francês e espanhol seguem juntas, cada uma composta por uma questão de versão e outra de resumo. No total, são quatro questões, cada uma valendo 25 pontos, totalizando 100 pontos disponíveis, com 50 pontos atribuídos a cada idioma.

As respostas são avaliadas com base em dois critérios distintos. Para o resumo, são considerados a “capacidade de síntese e concisão” (CSC), com pontuação máxima de 10 pontos, e a “correção gramatical e propriedade de linguagem” (CGPL), com máximo de 15 pontos. Para a versão, o primeiro critério é a “fidelidade” (FID), seguido pelo CGPL, mantendo a distribuição de pontuação semelhante.

O segundo critério é bem objetivo: a cada erro cometido, o candidato tem 0,5 ponto descontado em seu resumo e 0,35 ponto na versão. O grande problema é o primeiro critério: o que seria um texto ao qual se pode atribuir 9 pontos e outro ao qual se atribuiria apenas 7? Não há nada que esclareça essa atribuição no edital.

Nos últimos anos, venho tentado descobrir, analisando os diversos espelhos de prova que recebo de alunos e candidatos que buscam possibilidades de recursos. Textos com uma extensão semelhante, com informações bem parecidas, recebem notas diferentes. Por quê? Simplesmente, é impossível saber.

Em 2023, ano em que tivemos duas correções por falha do próprio IADES, esse componente subjetivo da correção ficou ainda mais claro: o mesmo resumo de um candidato alcançou 8,5 pontos de CSC na primeira correção e, na segunda, 6,5. O que levou a essa disparidade na pontuação? Não sabemos.

Um pouco da minha experiência

Quando corrigia as atividades dos alunos, atribuindo notas, eu passava por essa mesma situação. Não sabia quanto atribuir, porque não havia (e ainda não há) um critério objetivo que eu pudesse seguir. Quando recebia textos diferentes de um mesmo exercício (por exemplo, 4 resumos do Simulado 23), eu fazia comparações entre os exercícios dos alunos e utilizava o que eu considerava o melhor e o pior textos como parâmetros. E quando recebia um único simulado (por exemplo, apenas um resumo do Simulado 27)? Que parâmetro deveria utilizar para efetuar a correção?

Isso gerava muitos questionamentos por parte dos alunos. Eles se sentiam incomodados por terem alcançado 6 pontos no simulado 30, e 8 pontos no Simulado 29. O questionamento, extremamente válido, era o seguinte: por que o aluno tinha perdido 2 pontos de um simulado para o outro? Eu não sabia explicar. E isso começou a me incomodar também, porque percebi que era uma nota subjetiva, que dependia de fatores externos e não da própria produção do aluno.

Na obra Rápido e devagar, do Nobel Daniel Kahneman, há um estudo que analisa as decisões de diversos juízes. Esse estudo apontou que as decisões tomadas antes do horário do almoço eram muito mais rígidas que as decisões tomadas após a pausa para a refeição.

“Os participantes inadvertidos do estudo eram oito juízes de condicional em Israel. Eles passam dias inteiros revisando pedidos de condicional. Os casos são apresentados em ordem aleatória, e os juízes dedicam pouco tempo a cada um, numa média de seis minutos […]. (O tempo exato de cada decisão é registrado, e os períodos dos três intervalos para refeição dos juízes – a pausa da manhã, o almoço e o lanche da tarde – durante o dia também são registrados). Os autores do estudo fizeram um gráfico da proporção de pedidos aprovados em relação ao tempo desde a última pausa para refeição […]. Durante as duas horas, mais ou menos, até a refeição seguinte dos juízes, a taxa de aprovação cai regularmente, até chegar perto de zero pouco antes da refeição […]. A melhor explicação possível dos dados é uma má notícia: juízes cansados e com fome tendem a incorrer na mais fácil posição […] de negar os pedidos de condicional. Tanto o cansaço como a fome provavelmente desempenham um papel.”

Após a leitura do livro, que recomendo muito, por sinal, percebi que isso pode funcionar também para as notas do concurso. Um avaliador de mau-humor ou com fome, pode atribuir notas baixas. Em outra situação, com os ânimos apaziguados, esse mesmo avaliador pode distribuir notas mais altas, já que o critério é subjetivo.

O mesmo acontece com o critério FID, a fidelidade da versão. Como dizer que uma versão é mais fiel que a outra, se não há um critério definido? Eu tenho certeza que, se fizéssemos um experimento, teríamos notas diferentes para um mesmo texto em momentos diferentes. Acredito que até mesmo a letra do candidato possa influenciar o resultado.

A gota d’água

Há alguns anos, aconteceu um fato que podemos caracterizar de modo eufêmico como “muito chato”. Foi isso que me fez desistir de uma vez por todas de atribuir notas aos simulados.

O crescente incômodo que eu sentia em atribuir notas subjetivas aos alunos, sem conseguir explicar ao certo o motivo, só aumentou quando um aluno, que tinha feito a terceira fase do concurso, me acusou de tê-lo enganado. Como ele poderia ter tirado uma nota tão baixa na prova se nos simulados ele alcançava uma boa pontuação?

Eu não sabia, mas ele esperava que os simulados fossem uma reprodução quase exata da prova, incluindo a nota. É preciso levar em conta o nosso próprio cansaço após uma maratona de provas. A de francês é, literalmente, a última prova do concurso. Como ele nutria a expectativa de ter, durante o exame, o mesmo desempenho dos simulados, momento em que ele estava mais descansado e menos ansioso?

Além disso, não é possível prever o nível de dificuldade da prova. Desde 2017, a prova se apresenta de diferentes formas, com textos fáceis, difíceis, mais curtos e mais longos. Enfim… há tantos outros pontos para se analisar… O fato é que não se pode esperar ter o mesmo resultado em dois momentos tão distintos.

Por esse motivo, para que os alunos não passem mais por isso, resolvi focar no que considero mais importante: a diminuição do número de erros dos simulados. Com essa nova estratégia, obtive excelentes resultados e nenhum aluno aprovado exigiu a atribuição da nota.

A (des)importância da nota e no que devemos focar instead

As notas dos simulados, segundo minha experiência, dificilmente conseguem mostrar a evolução do aluno. Um simulado com nota 32 e um simulado com nota 27 podem conter os mesmos erros. A diferença pode estar apenas na atribuição das notas subjetivas (CSC e FID). Como já vimos, esses critérios são pouco confiáveis.

Mas, se as notas não são importantes, no que deveríamos focar? Em diminuir o número de erros! Devemos observar quais são os nossos vícios de escrita, as nossas principais dificuldades e os nossos deslizes mais frequentes. Dessa forma, evoluiremos muito mais rapidamente.

Os três principais erros dos candidatos, por mais incrível que pareça, são os erros básicos. São eles que roubam a nossa pontuação, o que chamo de tríade dos erros: ortografia, acentuação e concordância. Com esse novo foco, podemos esquecer da nota e desenvolver estratégias que aumentem a nossa pontuação no critério que podemos controlar, a correção gramatical.

Uma das estratégias utilizadas pelos meus alunos, relatadas, inclusive, nos mais recentes depoimentos das aprovadas, foi o de criar um caderno de erros e revisar os simulados anteriores antes de entregar um novo. Assim, era possível observar os deslizes que ainda aconteciam e o que era necessário aprender para melhorar a escrita.

Para o exercício de versão, ler textos em francês (literários e jornalísticos), visando aumentar o vocabulário, é o principal recurso utilizado pelos meus alunos para aumentar o desempenho nessa atividade. Esse contato constante com o idioma, para além dos simulados e do curso, é fundamental.

Então, caso você deseje, de fato, evoluir em sua escrita em francês, espanhol ou até mesmo inglês, minha sugestão é desapegar-se das notas e focar nos erros cometidos, em compreender as ações que precisam ser executadas para escrever melhor.

Entendo que este seja um movimento muito difícil, pois fomos acostumados, por anos a fio, a sermos avaliados quantitativamente (geralmente com um número enganoso) e não qualitativamente, entendendo em que pontos precisamos melhorar e o que devemos estudar para evoluir.

Se você deseja experimentar uma nova abordagem na correção de simulados, aproveite para se inscrever em nossos simulados.

Descomplicando o verbo Gustar

Você falaria tranquilamente sobre seus gostos em espanhol? 

Pense em como você diria “eu gosto de estudar espanhol”.

Se você pensou em algo como “yo gusto de…” pare por aí!  Vamos reformular?

O verbo “gustar” funciona de uma forma diferente:

Primeiro, precisamos indicar “quem gosta”, para isso usamos a preposição “a”:

Depois disso, vem o pronome correspondente a essa pessoa:

Esses pronomes são essenciais para a conjugação deste verbo. Já a primeira parte (quem gosta) se torna redundante, podendo ser omitida ou não de acordo com os objetivos comunicativos. Mas lembre-se que sempre que quisermos especificar quem é a pessoa que gosta, é obrigatório o uso da preposição “A”. Por exemplo: A María; A Carlos; A los niños,…

Então, chegamos ao verbo, que só terá plural ou singular de acordo com o “objeto gostado”: (aqui no presente do indicativo)

O “objeto” gostado precisará de um determinante (quando é um substantivo) ou aparecerá sozinho (quando é um verbo). Sendo assim, o verbo “gustar” permanecerá no singular sempre que estiver acompanhando um substantivo em singular e/ou um verbo, e será usado no plural somente quando estiver acompanhando substantivos no plural.

Agora vamos montar nossa frase inicial?

“Eu gosto de estudar espanhol.” → (A mí) Me gusta estudiar español. 

Perceba que no nosso exemplo a primeira parte se torna redundante e não altera o sentido da frase. Porém, em alguns casos, continua sendo necessária, pois, quando eu uso “me” não há dúvidas de  que se trata de mim, mas quando uso “le”, por exemplo, posso estar falando de “él”, “ella” ou “usted”, e o mesmo ocorre na terceira pessoa do plural. Por isso, você deve se atentar às possíveis ambiguidades e incluir essa construção (“a “+ pessoa) sempre que necessário. 

Perceba também que, em nenhuma hipótese, usamos “de”. Esse verbo não exige essa preposição em espanhol. 

¡OJO! Agora que você chegou até aqui, tenho uma ótima notícia para lhe dar! Você não aprendeu apenas a conjugar o verbo “gustar”, essa construção se repete também nas seguintes formas verbais: 

Vamos testar seus conhecimentos então?

  1. A Marcos no ________ viajar en avión.
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  2. A mí no _________ despertame temprano.
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    • b. mi gusta
    • c. me gusta
  3. ¿A ustedes __________ las películas de comedia o de ficción?
    • a. les gustan
    • b. les gusta
    • c. os gustan
  4. A nosotros __________ jugar al fútbol en la arena de la playa.
    • nos gustan
    • nos gustas
    • nos gusta
  5. ¿A quién _________ las canciones infantiles?
    • a. os gustan
    • b. les gusta
    • c. le gustan
Respostas do exercício

a. le gusta
c. me gusta
a. les gustan
c. nos gusta
c. le gustan

E aí? Como se saiu na prática?

Este artigo foi escrito pela Profa. Bárbara Macedo, nossa professora de espanhol para o CACD.